A Ericsson vendeu sua primeira estação telefônica para o Brasil em 1900. No entanto, a empresa não se estabeleceu no Brasil até a década de 1920. Naquela época, a Companhia Telefônica Brasileira (CTB) dominava o mercado telefônico do país. A empresa era a principal operadora nas maiores cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, e comprava todos os equipamentos de um dos concorrentes da Ericsson. A Ericsson conseguiu fazer negócios com outras empresas que operavam fora das áreas de concessão da CTB e, posteriormente, estabeleceu uma empresa de vendas, a Sociedade Ericsson do Brasil (EDB), no Rio de Janeiro, em 1923. No final da década de 1920, a Ericsson também havia vendido sua primeira estação de 500 comutadores para a pequena cidade de Juiz de Fora.
Em 1934, Wolf Kantif, um inglês que morava no Brasil, foi contratado pela empresa local da Ericsson. Kantif era um vendedor muito talentoso que viajava muito pelo nordeste do país, que ficava fora da área de concessão da CTB. Com seu jeito encantador, ele conseguia convencer as pessoas em vários locais a criar associações telefônicas. Essas associações então encomendavam equipamentos da Ericsson, na Suécia. Em 1940, a Ericsson já tinha uma base sólida no Brasil.
Em meados da década de 1940, a Ericsson também começou a receber pedidos da CTB, e os números de vendas da empresa aumentaram ainda mais.
Em 1952, no entanto, o governo brasileiro reagiu e exigiu que as crescentes importações de equipamentos de telecomunicações da Suécia fossem reduzidas. Em vez disso, o governo recomendou que a Ericsson deveria abrir uma fábrica no Brasil.
A Ericsson seguiu as recomendações do governo e construiu uma fábrica de produção de telefones fora de São Paulo. Logo, a Ericsson também começou a fabricar switches de barra transversal em sua fábrica brasileira. As operações se expandiram rapidamente. Em 1960, por exemplo, a EDB forneceu todos os equipamentos de telecomunicações para a nova capital do Brasil, Brasília.
Em meados da década de 1960, a EDB recebeu um grande pedido de switches crossbar para São Paulo e outras localidades e, no final da década, a Ericsson havia alcançado uma participação de mercado de cerca de 50%. Em 1974, foi necessário construir uma nova planta de produção em São José dos Campos.
Porém, no final da década de 1970, a economia brasileira estava sofrendo uma profunda recessão e os pedidos de equipamentos de telecomunicações caíram. O país foi até mesmo forçado a cancelar pedidos feitos anteriormente. Em 1979, no entanto, a Ericsson recebeu seu primeiro pedido de AXE para uma estação telefônica em São Paulo.
O primeiro pedido de um sistema móvel foi recebido em 1992. De 1997 a 1998, dez licenças de telefonia móvel foram colocadas em leilão, tornando esse o maior leilão do mundo até aquele momento. Para atender ao aumento da demanda, os contratos da Ericsson incluíam o fornecimento de equipamentos para o sistema D-AMPS da operadora de celular Tess, em São Paulo. A Ericsson começou a fabricar estações rádio-base e telefones celulares na fábrica de São José dos Campos.
No início de 2000, a Ericsson tinha 2.400 funcionários no Brasil. A empresa tinha uma participação de mercado de 35% para telefonia fixa, 40% para sistemas móveis e 34% para terminais (telefones celulares e computadores de mão). O Brasil já era, com folga, o maior mercado da Ericsson na América Latina e um dos maiores em todo o mundo.
*Traduzido do texto original de Mats Wickman